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A velocidade do champanhe

© Gérard Liger-Belair

Rolhas saltando de garrafa de champanhe: a 4°C (alto) a tampa sai a uma velocidade 30% menor do que a 18°C (abaixo)

Imagens de infravermelho feitas por uma câmera ultraveloz ajudaram a entender a dinâmica de uma cena comum nas festas de final de ano: o espocar de um champanhe. A equipe do físico Gérard Liger-Belair, da Universidade de Reims Champagne-Ardenne, situada no coração da zona produtora do famoso espumante francês, filmou a saída de rolhas e o consequente escape de dióxido de carbono (CO2) em garrafas que haviam sido mantidas por 24 horas a três diferentes temperaturas, 4, 12 e 18 graus Celsius (°C)  (veja artigo científico no Journal of Food Engineering).

Os dados do experimento confirmaram que, quanto maior a temperatura do líquido, maior a pressão dentro da garrafa e, por tabela, maior também a rapidez e a quantidade de gás que deixa o recipiente ao ser aberto. A 18°C, a rolha salta da garrafa a uma velocidade de 55 quilômetros por hora e o volume de (CO2) disperso numa nuvem gasosa – não detectável na faixa da luz visível, mas sim no infravermelho – é enorme. A 4°C, a tampa de cortiça viaja a cerca de 40 quilômetros por hora e a nuvem é nitidamente menor.

“Também vimos que, de toda a energia produzida pela retirada da tampa, apenas 5% saem na forma de energia cinética”, diz Liger-Belair. “A maior parte da energia do sistema parece ser liberada como uma onda de choque, como o bang do estouro da rolha.”

Esta nota foi originalmente publicada na revista Pesquisa FAPESP de janeiro de 2013

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